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sábado, 29 de outubro de 2016

A verdade é que ninguém tem obrigação de ajudar ninguém, as pessoas ajudam quando podem e quando querem

Bom dia,

Ontem por recomendação de uma amiga e aluna assisti o vídeo da Danny do Sobrevivendo na Turquia. Apesar de não ser o tipo de vídeo que curto e discordar de uma série de pontos, este último foi bem sensato pois tocou num assunto importante: sobre a obrigação das pessoas ajudarem outras que decidiram morar no exterior.

A Danny se encheu de ajudar os outros porque é como tentar secar gelo. Ela fala o que pensa, a pessoa fica p** com ela porque não era o que ela queria ouvir, faz tudo ao contrário depois fica enviando solicitações de amizade pra tudo quanto é brasileira que mora na Turquia, casada com turco, ou namorando, etc. A gente tem percebido algumas pessoas que nos contatam "interessadas" nas aulas de turco mas na verdade querendo "conselho", e a gente não têm se envolvido mais com as questões pessoais alheias. Damos aulas de turco e fazemos traduções.

Lógico que como seres viventes desse mundão e gregários por natureza nos ajudamos uns aos outros, na medida do possível também por uma questão de sobrevivência da espécie. Ou não.

Como Paulistana posso dizer que muitos dos que vivem aqui são isolados, apressados, e são poucos os que sabem até o nome da vizinha - eu mesma sou uma, fui bater na porta das moças que se mudaram recentemente para a casa 2, para saber se elas haviam recebido o leite do programa leve leite que eu havia recebido dos Correios. A moça falou que recebeu e ficou sem entender.

- Mas o seu nome não é Beatriz??? - perguntei.
- Não. Meu nome é Cleusa e o dela é Maria. - respondeu sorrindo.

Se por um lado os vizinhos não se conhecem pelo nome (em contrapartida o da casa 5 é camarada nosso) nas mídias sociais a coisa muda de figura: pelo fato de ser casada com um turco frequentemente pessoas sem uma amizade em comum me enviam solicitações de amizade seguidas de mensagens kilométricas contando a própria saga. Seja dentro de um namoro virtual, seja já vivendo na Turquia e comendo o pão que o diabo amassou - até hoje não recebi solicitação de amizade de uma desconhecida que estivesse bem resolvida.

E há as que "exigem que eu traduza somente aquele textuzinho" porque "eu tenho que entender que eles não falam a mesma língua" e quer o serviço gratuito, na faixa, sem pagar um tostão por se tratar de uma coisica de nada. Ou as que se oferecem a pagar uma fortuna e querem ser atendidas fora do nosso expediente.

Porque "eu sou brasileira casada com um turco e tenho que entender", certo?

Errado. Quando conheci o meu marido, na época amigo - e não namorado virtual - e ele me pediu em casamento eu não contatei brasileira nenhuma, quero dizer, apenas uma e uma única vez: lembro de ter trocado ideia com uma moça que havia postado no próprio blog sobre a papelada para o casamento, a Relva, de quem sou muito amiga até hoje, e só. Liguei para o consulado, liguei para o MRE, liguei para o cartório, revirei a internet até altas da madrugada ... e meu marido foi atrás de tradutor e do restante. Quando fui ao consulado pela segunda vez tive um atendimento péssimo por parte de uma brasileira (que nem trabalha mais lá hoje) e muito bem atendida pelo sr. Murat. Lidei com adversidades e não fiquei adicionando pessoas desconhecidas pedindo para me ajudarem porque afinal de contas sou brasileira e vocês tem que me ajudar!

Eu fui atrás.

Há as que perguntam querendo respostas que lhes adocem os ouvidos, e quando o contrário acontece ... te deletam te descartam te bloqueiam e saem falando mal de você. Você é ruim porque não fez o que ela quis.

Depois dos 18 anos de idade todo muito é responsável por se governar, e responsável pelas próprias decisões. Nesse ponto acho que a Danny demorou muito pra se encher, porque depois de tanto tempo ouvindo as mesmas perguntas quem não se enfadaria?

Trocar ideias pedir uma opinião é uma coisa. Perguntar onde tem leite condensado ou guaraná, saber se em Istambul neva e outras frivolidades não machuca ninguém. Outra é você se pendurar na garganta de alguém, a todo custo, para embarcar no seu sonho. As pessoas têm as próprias vidas, cheias de problemas e desafios também, acredite. Você não é a única com problemas não.

Seja responsável por suas escolhas. Arrumou um namorado turco e vocês não falam a mesma língua? Ou ele que aprenda a sua ou você aprenda a dele. Precisa de tradução? Não vá ficar se pendurando nas brasileiras que falam o idioma, isso é feio! Elas comeram o pão que o diabo amassou até poderem se comunicar e se defender em terras turcas, e outra: depois acontece uma treta e vocês acabam com a amizade e você vira assunto nas rodinhas de fofoca de brazucas (sim, isso existe sim!). Se você quer garantia de sigilo, pague por isso.



Não fique dependendo dos outros para se comunicar com seu namorado turco: aprenda turco o quanto antes!

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Ah, e o consulado não faz tradução das mensagens que você troca com seu "Aşkım", consulado já tem um monte de coisa pra fazer e o seu namoro virtual pode ser prioridade pra você, mas pra eles não.

Comprou passagem só de ida? E se ele não aparecer, o que você vai fazer? Ligar para uma brasileira que você adicionou na internet com quem nem tem intimidade e pedir socorro pra ficar na casa dela? De novo você vai se colocar na dependência de uma pessoa estranha?

Planeje-se.


Só pra deixar bem claro: não quero dizer que ninguém deva contatar ninguém, grupos existem para isso para as pessoas trocarem ideias, experiências. Mas o que eu tenho visto é gente desconhecida tentando se aproximar e jogar o próprio abacaxi no colo alheio e pedir para que seja descascado. Para ilustrar: se você entra em contato com alguém que mora em Istambul, que nem tem intimidade com você e você pede dica de um hotel BBB numa área legal é uma coisa; outra é você pedir para a pessoa fazer a reserva nesse hotel para você e ainda por cima pedir para ela lhe buscar no aeroporto.

Beijo da Luci